Desculpa, mas não encontramos nada.
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Lendo: Um ano depois do massacre de Melilla: Ainda estamos em choque e zangados
«Testemunhamos os assassinatos diários que são perpetrados pelas autoridades europeias, em colaboração com os seus parceiros africanos. Todas as manhãs, tardes e noites estamos ao telefone com pessoas em perigo sério no Mediterrâneo e no Atlântico. Testemunhamos as mortes silenciosas, invisíveis, os barcos dos quais não voltaremos a ouvir falar e os corpos levados pelas ondas. Estamos em choque, zangados e sentimo-nos impotentes perante esta violência diária imposta pela União Europeia».
Assim começa um comunicado de imprensa da Alarm Phone do passado dia 23 de Junho, quando decorria um ano sobre do Massacre de Melilla [ver aqui e aqui]. Que continua: «Há um ano, as polícias espanhola e marroquina mataram pelo menos 37 pessoas e ainda há 77 desaparecidas. O Massacre de Melilla demonstra novamente que todas estas mortes não são coincidência. Não são acidentes. São o resultado não apenas da negligência, mas antes de uma escolha: a escolha de sacrificar vidas humanas de forma a implementar políticas racistas e xenófobas a qualquer custo. Os assassinatos de pessoas abandonadas no mar e os massacres levados a cabo nas fronteiras terrestres, a violência desbragada, são parte desta mesma lógica».
Tendo em consideração o sofrimento diário de pessoas que «não sabem se os seus filhos e filhas ou os seus amigos estão vivos ou mortos», uma vez que as autoridades se têm recusado a fazer um trabalho honesto de reconhecimento de corpos, por exemplo, a Alarm Phone aproveita este comunicado também para prestar homenagem às vítimas e solidariedade às suas famílias e amigos, evitando, acima de tudo, o esquecimento. «Todos os anos, a atenção dos média foca-se num massacre ou dois naufrágios. Mas a brutalidade dos Estados do Norte que cooperam com outros do Sul é constante e diária. Todas as vidas contam!»
O comunicado avança depois, com exigências às autoridades da UE e de Espanha: «verdade, justiça e reparações para as vítimas do massacre de Melilla, do massacre de Tarajal de 6 de fevereiro de 2014 e de todos os incontáveis naufrágios e pessoas assassinadas e desaparecidas em rotas de migração; procedimentos quer permitam identificar os corpos e o que lhes aconteceu (autópsias, registo de DNA, levar os relatos das testemunhas a sério, vídeos, etc.)».
Fotografia [em destaque] de Álvaro Minguito, CC BY-SA 3.0, nenhuma mudança efectuada, “Manifestación de denuncia de la masacre de Melilla el domingo 26 a las 18h en Callao.”
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