Desculpa, mas não encontramos nada.
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Lendo: Terra Batida – Lutas pelo Território
Já anda por aí a edição suplementar do Jornal Mapa em parceria com o projeto Terra Batida (Parasita e pela Buala) e que está disponível nos eventos a decorrer no Festival Alkantara. Edição extra que os assinantes irão receber a partir da próxima semana junto com MAPA #29.
Nesta edição de 16 páginas em torno das Lutas pelo Território, com capa ilustrada por Bego Claveria, Marta Lança e Rita Natálio apresentam “Estratégias para acarrar: Terra Batida”, uma sumula do projeto de artes e intervenção em curso; do Jornal MAPA Téofilo Fagundes lança “uma perspectiva libertária sobre a Luta contra a MIneração” e Filipe Nunes dá conta de uma serie de lutas em torno da poluição das águas e conta a história dos protestos desde a década de 1950 no Rio Alviela; e reflecte ainda sobre as transformações da paisagem no Alentejo em “devedores à Terra”. No âmbito das residências Terra Batida, Ana Rita Teodoro e Alina Ruiz Folini propõem um oráculo para “ler Seres Vegetais” e religar alimento e afeto; Silvia das Fadas, a partir do anarquista Gonçalves Correia que lhe inspirou o filme “Luz, Clarão, Fulgor” escreve uma “Carta aos Rurais. Defensores da Terra chamados a cuidar da Terra” e Joana Levi, a propósito da performance Rasante, escreve sobre cegonhas em “Lixo Humano, Território Animal”.
O mote desta edição comporta em «território» o desafio de se ultrapassar a redutora dimensão ambiental dos conflitos, sublinhando o lado social e a capacidade transformadora que estes processos desencadeiam. Nas comunidades e na relação humana com a natureza, seja ela individual ou coletiva. No potencial de subverter hierarquias ou os primados cegos da economia industrial. Na possibilidade de se regenerar a paisagem a partir da participação plena e direta das pessoas e de observação atenta do que os demais seres nos comunicam, integrando esse saber natural no ato humano que é hoje uma «paisagem».
Este sentido de Lutas pelo Território lança ainda o desafio de ir além do nicho do ativista ambiental e do corpo técnico que lhe é acoplado. Ambas as dimensões, do ativismo e da argumentação científica, não são despiciendas, longe disso, mas encerrar uma luta nesse círculo é condenar o seu verdadeiro alcance popular. O envolvimento das populações nas lutas de mineração é disso o exemplo mais recente de como as lutas pelo território comportam um significado que emerge para lá do conflito ambiental.
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