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Lendo: «Juntos por el campo»? Juntas pela vida

<i>«Juntos por el campo»?</i>  Juntas pela vida

«Juntos por el campo»? Juntas pela vida


Por um sistema alimentar baseado na agroecologia e na soberania alimentar

Da «Espanha esvaziada» à extrema direita nas ruas, das «macrogranjas» às monoculturas energéticas… o mundo rural e o sistema agro-alimentar têm estado na ordem do dia do outro lado da raia. Face à confusão e manipulação pelos media, a revista Soberanía Alimentaria, Biodiversidad y Culturas (SABC) lançou uma declaração que põe os pontos nos is do debate. Mais de 500 colectivos aderiram. Para melhor compreendermos o caldo a partir do qual nasceu esta mobilização, falámos com Patricia Dopazo, membro da equipa editorial da SABC, que nos transmite a visão e posicionamento do colectivo.

Estamos perante um sistema alimentar globalizado que se baseia no domínio e submissão da natureza ignorando os limites dos recursos e matérias existentes, e que gera violência sobre as pessoas provocando a perda de população no meio rural, onde se decretam «zonas de sacrifício» e se instalam projectos megalómanos sob o rótulo do «sustentável». Não bastasse a contaminação, a usurpação e a confusão instalada, mobilizam-se partidos de extrema direita e sindicatos ditos progressistas para reivindicar medidas que garantam que as mesmas dinâmicas produtivistas que levaram ao estado das coisas podem continuar exactamente na mesma.

São algumas das denúncias elencadas na «Declaração por um sistema alimentar baseado na agroecologia e na soberania alimentar», lançada em Janeiro de 2022 pela revista Soberanía Alimentaria, Biodiversidad y Culturas (SABC). Mais de 500 colectivos aderiram a esta declaração, tornando visível a força do movimento agroecológico e anticapitalista no estado espanhol, ao qual se juntaram pessoas e entidades de diversos sectores, da cidade e do campo, com ou sem actividade explicitamente política. Era esse um dos objectivos da declaração que – para além de «reacção visível» e «espaço simbólico de afinidade» – pretendia também «ampliar e aprofundar o debate rural, agrário e alimentar» dentro e fora dos colectivos e pôr a nu a raiz do problema: o sistema capitalista. Isto ainda antes de rebentar a guerra na Ucrânia, com toda a evidência que o conflito acentuou relativamente à insustentabilidade de um modelo agro-industrial capitalista totalmente dependente de combustíveis fósseis e insumos externos numa economia globalizada – como de resto também a pandemia covid-19 já tinha bem demonstrado.

«Há muitas crises que se agravam e confluem no momento actual», refere Patricia Dopazo, membro da equipa coordenadora da SABC, «o esgotamento de combustíveis fósseis e de materiais põe mais do que nunca em evidência a urgência de mudar o sistema económico e as nossas formas de vida». A declaração lançada pela SABC, «como instrumento de uma sociedade consciente e mobilizada», dá mais um passo nesse sentido. Transmitindo a visão e posicionamento do colectivo, Patricia Dopazo ajuda os leitores do MAPA a compreenderem o contexto a partir do qual nasceu esta declaração.

O fedor das «macrogranjas»

Quem chega a um vilarejo perdido algures na Espanha profunda, que se prepare antes de respirar os ares do campo: pode estar rodeada de um fedor lancinante que provoca espasmos de vómito. É em algumas das zonas peninsulares mais despovoadas que o agro-negócio da carne tem instalado nos últimos anos milhares de mega explorações de produção animal conhecidas como «macrogranjas». A diminuição no número total de explorações no estado nas últimas décadas, enquanto a produção e exportação de carne aumenta a olhos vistos 1, não disfarça o mau cheiro da usurpação e acumulação de lucros neste sector em crescendo, com fortes índices de contaminação da água, do ar e da terra.

«As “macrogranjas” e a agro-pecuária intensiva em geral conseguiram baratear o preço do produto final (carne, ovos, leite e seus derivados) e geraram umas condições de mercado em que a pecuária extensiva muito dificilmente consegue competir», explica-nos Dopazo: «Isto gera mudanças muito importantes no território, as zonas rurais perdem população e actividade económica e também, em muitos casos, [perdem] uma cultura enraizada no território e associada aos saberes camponeses».

Declarações do Ministro do Consumo espanhol, Alberto Garzón, ao The Guardian 2 em Dezembro de 2021 puseram as «macrogranjas» na ordem do dia. Apelando à redução do consumo de carne, Garzón disse que as «macrogranjas» não são sustentáveis, prejudicam o ambiente, contribuem para as alterações climáticas, maltratam os animais e levam à exportação de carne de fraca qualidade. Os mesmos argumentos sobre os impactos da agro-indústria pecuária no ambiente, na saúde e no bem-estar animal já são repetidos há anos por organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O movimento agroecológico, que olha para a cadeia produtiva de forma mais ampla, junta a estes argumentos a dimensão política. Dopazo elenca alguns dos factores que estão na raiz do problema: «os interesses económicos e o poder das empresas da carne e produtoras/comercializadoras de cereais para ração; a falta de autonomia das pessoas e famílias que se dedicam à agro-pecuária intensiva integrada (diferente das “macrogranjas”) e a exploração laboral nos matadouros ou a dependência do sector suíno do mercado externo (especialmente o mercado chinês)».

As declarações do ministro serviram de pretexto para trazer para a esfera pública um tema até então ignorado pelos meios de comunicação convencionais, gerando grande polémica 3, como explica Dopazo: «a mensagem foi distorcida e simplificada de forma enviesada, acusando o ministro de estar a manchar a imagem da carne espanhola e querer acabar com a criação de gado em geral, (…) diferentes políticos de direita apareceram como defensores da agro-pecuária, acompanhados por criadores de gado extensivos, gerando confusão e sem distinguir entre os diferentes tipos de ganadería». Será igual o pastor, com as suas 20 vacas em pasto selvagem no monte, às macrogranjas de «cem mil porcos para 131 habitantes» 4 ?

Manifs pelo rural. Qual rural?

Rapidamente surgiram diferentes convocatórias de manifestações pelo mundo rural, protagonizadas por caçadores, toureiros e grandes proprietários, confundindo a sociedade e as instituições. A última aconteceu no dia 20 de Março em Madrid sob o mote «Juntos por el campo», tendo juntado entre 100 mil e 400 mil pessoas (de acordo com dados do governo ou da organização #20Mrural). Ao apelo juntaram-se sindicatos historicamente progressistas, como a Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Ganaderos, COAG, membro da Via Campesina. Segundo Dopazo, «Muita gente se perguntava se desde [o movimento da] soberania alimentar estávamos a dar respaldo à dita manifestação, e nada mais longe disso: nem pela companhia nem pelas propostas que se reivindicavam». Mais um dos motivos para a declaração da SABC.

«Aqui há que ter em conta a atitude particular que, no estado espanhol, a esquerda e o progressismo (sic) em geral tiveram para com o campo, e que foi, com poucas excepções, ignorá-lo e até desvalorizá-lo, em parte culpando-o de valores conservadores, de direita e vinculados ao franquismo (injustamente, já que o campo não é uma massa uniforme). Como em tantos outros lugares, o progresso, a vanguarda cultural, a modernidade, é associada ao urbano. A crise do meio rural, muito cronificada, gera muita tensão e mal-estar. Se a isso somarmos esse desdém da esquerda mais hegemónica pelo mundo rural, e a situação mediática de tendência geral para simplificar mensagens, para debates dicotómicos, para reproduzir chavões sem argumentar… o resultado é um cenário do qual a direita se aproveitou.»

Mais uma vez, nada de novo. «Estas dinâmicas estão a reproduzir-se em muitos sectores e lugares com padrões muito semelhantes. São mensagens populistas que constroem falsos inimigos e geram confrontos entre as classes populares. Caçadores e criadores de gado contra ecologistas, o campo contra a cidade, omnívoros contra animalistas, masculinidade mal-entendida contra feminismos… Mais uma vez, ficamos pela superfície, sem ver onde está realmente o problema e o que seria preciso fazer para transformá-lo desde a raiz. É uma espiral que se retroalimenta e a extrema direita capitaliza este descontentamento com explicações simples e propagandísticas, mas sem verdadeiras respostas. Os meios de comunicação convencionais estão a acompanhar e a impulsionar estes processos porque são mensagens fáceis de reproduzir e vender, e porque, afinal de contas, esses meios são empresas que querem gerar um marco social concreto para os seus interesses económicos, para além de em muitos casos estarem vinculados a partidos de direita.»

«Como romper estas dinâmicas?», pergunta e responde Dopazo: «Pode-se fazê-lo no plano da proximidade, da convivência quotidiana. Dialogar, escutar, conhecermo-nos, acabar com muitos preconceitos. Demonstrar que não há “dois lados”, mas sim muitas circunstâncias de vida e a maioria consegue entender-se entre elas.»

«Sabemos que fazemos parte de uma massa crítica global que hoje constitui uma fenda de esperança perante o desastre da sociedade capitalista. A mudança de rumo pode começar a partir da alimentação, do sector primário e do mundo rural.»

«Espanha esvaziada»

«Em Espanha assiste-se, já desde há uns anos, a um debate razoavelmente vivo sobre o despovoamento e matérias afins, e têm surgido movimentos que pretendem encarar os problemas correspondentes», explica Carlos Taibo no seu livro Iberia vaciada (Catarata, 2021) 5– um debate que, recorda o autor, ainda «falta ou é muito mais débil em Portugal».

Mais do que um repto demográfico ou um território meramente «vazio», a «Espanha esvaziada» traz para cima da mesa «um debate necessário sobre os desequilíbrios territoriais», como diz a entrevistada, posicionando «o meio rural enquanto sujeito político». A questão foi uma constante tanto na polémica das «macrogranjas» como nas manifestações recentes, ainda que mais uma vez se tenha ficado pela rama nas abordagens mediáticas, sem que as suas causas e soluções fossem verdadeiramente dissecadas.

«O problema é civilizacional, é cultural, por isso também a declaração se situa num cenário de colapso», afirma Dopazo, explicando: «Há argumentos que se ficam pela falta de fundos, pelo abandono institucional, ou até pelo desprezo histórico pelo mundo rural. Tudo isto é certo, mas, para além de gerar um posicionamento com conotações vitimistas, não vai mais fundo e parece querer equiparar-se às zonas urbanas, como se estas fossem a referência… O discurso anticapitalista, libertário ou a própria soberania alimentar explicam claramente que o problema são as dinâmicas produtivistas, individualistas, urbanocêntricas, geradoras de dependências… O problema é o próprio modelo. E não vão ser as políticas de investimento em infra-estruturas e serviços que por si só vão resolver isto, mesmo que melhorem a qualidade de vida a curto prazo.»

«Por outro lado, parece que com a desculpa do “esvaziamento” agora se quer encher o meio rural com o que quer que seja». Dando o exemplo dos megaprojectos energéticos, Dopazo refere que as plataformas que se têm multiplicado em defesa do território representam «uma oportunidade para questionar privilégios, revalorizar a paisagem, os usos tradicionais… até para rever as nossas necessidades energéticas e de nos perguntarmos de onde vêm os materiais necessários para captar e armazenar a energia renovável». Já no sector agrário, a entrevistada acrescenta que «também se vê claramente que o que se propõe não muda nada: [as pessoas] endividarem-se investindo em tecnologias ou abrindo novos mercados de exportação por acaso vai solucionar os problemas de rentabilidade ou a falta de alento no campo? Já se demonstrou durante décadas que não, que isto o que faz é perpetuar privilégios e que alguns poucos, com capacidade económica, enriqueçam enquanto a maioria tenha de abandonar os seus projectos. O debate profundo levar-nos-ia inclusivamente a reflexões sobre como a cultura rural e a sua maneira de viver devem proteger-se de uma modernidade que se extingue.»

Movimentos e articulações

«Sabemos que fazemos parte de uma massa crítica global que hoje constitui uma fenda de esperança perante o desastre da sociedade capitalista. A mudança de rumo pode começar a partir da alimentação, do sector primário e do mundo rural.»
Assim o afirma a revista SABC na sua declaração.

Apesar de todas as polémicas, deturpações e apropriações que encheram o debate mediático nos últimos meses, abriu-se também uma janela para dar alguma visibilidade a alternativas que estão a actuar no terreno, algumas delas há anos. Um dos exemplos é a plataforma Stop ganadería industrial, que coordena a nível estatal os movimentos que se opõem às mega explorações de agro-pecuária industrial. Patricia Dopazo confirma: «Em muitas zonas rurais a população tem vindo a organizar-se para impedir a instalação de “macrogranjas” devido ao seu impacto ambiental, mas também para desmontar a falsa promessa de progresso e emprego», sempre anunciada como a salvação de um mundo rural deixado ao abandono. Também do lado do consumo responsável, a aliança de supermercados cooperativos lançou uma campanha que mostra onde se pode encontrar alimentos de produção extensiva, agroecológica e familiar.

Muitas dessas iniciativas estão representadas nos cerca de 500 colectivos e 2000 pessoas que aderiram à declaração, ilustrando a diversidade de respostas que existe no estado espanhol. «Como colectivo, o objectivo da revista é gerar debate e consciência crítica mobilizadora, promover encontros e redes. Há acções de outro tipo, como articular-se e organizar-se para mudar o sistema alimentar, que correspondem a outros actores que estão no território no seu dia-a-dia. Estas articulações existem (Navarra, Catalunha, Galiza…) e são muito ricas porque são transversais, misturam o sector primário com a defesa do território, com movimentos sociais de traço mais urbano, com o sector cultural comprometido com a transformação social, os feminismos, a economia social e solidária. Neste momento pode ser crucial que se fortaleçam para responder com argumentos e acções à nova reviravolta neoliberal que chega pela mão da transição energética capitalista, da especulação da terra, da escassez e do aumento do preço dos materiais e da energia, da ascensão da extrema direita…» 6

«As dinâmicas que provocam os problemas do campo (e de outros sectores) estão acima das fronteiras dos estados, por isso é necessária uma articulação que vá mais além», aponta Dopazo, afirmando que um movimento global como La Via Campesina, que celebra este ano três décadas de existência, «é agora mais importante que nunca, entre outras coisas, porque nas formas de vida rurais e camponesas há aprendizagens valiosas relacionadas com a vida em comunidade, o aproveitamento sustentável dos recursos locais e conhecimentos chave sobre as interacções de cada território com o seu clima, os seus solos, as suas culturas, a sua alimentação…»

Continuum ibérico

Muitos paralelismos temos nós aqui deste lado com aquilo que está a passar-se mais a leste na península. Mesmo se a problemática das «macrogranjas» (ainda) não se coloca da mesma forma em Portugal, há que considerar que Portugal é o principal destino das exportações espanholas de bovino. O mesmo rio Guadiana cujo caudal ecológico o movimento #20Mrural quer reduzir para dedicar mais água ao regadio super-intensivo, vem desaguar a Portugal, passando pelos «mega latifúndios» de olival e amendoal na área de influência do Alqueva – o Grande Lago que veio encher o «Portugal esvaziado» de oportunidades de agro-negócio industrial, especialmente para meia dúzia de grupos económicos ou fundos imobiliários, na sua maioria espanhóis, que detêm dois terços de toda a área de olival em Portugal 7.

Dopazo considera que «também uma “aliança ibérica” seria muito positiva, já que, para além das ameaças, os processos de despovoamento rural também são muito parecidos (como explica Taibo). Talvez em Espanha nos custe pensar nisso porque actualmente não existe uma aliança estatal do movimento agroecológico (houve há anos na Plataforma Rural). Para além disso, poderia ser mais apropriado pensar nessa aliança ibérica como uma aliança de territórios, com as suas particularidades, mais do que uma aliança Espanha-Portugal.» De certa forma é o que já acontece por exemplo entre os movimentos contra a mineração no Norte de Portugal e Galiza. «As relações com os territórios de Portugal já se dão historicamente nas zonas de fronteira e estão a estreitar-se a partir dos movimentos de defesa do território. Talvez a articulação ibérica deva começar a partir dessas relações e intercâmbios de proximidade, quem sabe?»

A «Declaração por um sistema alimentar baseado na agroecologia e na soberania alimentar» está disponível no website da Revista Soberanía Alimentaria, Biodiversidad y Culturas em português e noutras línguas. A declaração «está redigida segundo o contexto do estado espanhol, mas pode-se utilizar livremente e adaptar a outros territórios. As adesões internacionais são bem-vindas como apoio solidário.»

 


Um agradecimento à Aurora Santos e à M. Lima pela leitura/discussão e à Ana Afonso pela revisão do artigo.

Ilustração de Araceli Pulpillo.


Artigo publicado no JornalMapa, edição #34, Maio|Julho 2022.

Notas:

  1. Segundo dados do INE, entre 1999 e 2013 perderam-se em todo o Estado mais de 88.000 explorações de bovinos, 128.000 de suínos, 161.000 de avicultura e 43.000 de ovinos. Ao mesmo tempo, Espanha gera cada vez mais lucros com o negócio da carne: segundo a Associación Nacional de Industrias de la Carne de España, consolidou-se nos últimos anos como o terceiro maior produtor de carne suína do mundo (quase metade da qual é exportada para a China), é o principal produtor europeu de carne de ovino e caprino. Isto acontece à custa de milhares de macrogranjas em funcionamento. Um relatório das Ecologistas en Acción mostra como a pecuária industrial favorece o processo de despovoamento rural. https://www.ecologistasenaccion.org/169437/.

  2. “Spanish should eat less meat to limit climate crisis, says minister”, de Sam Jones / The Guardian (26/12/2021). https://www.theguardian.com/world/2021/dec/26/spanish-should-eat-less-meat-to-limit-climate-crisis-says-minister.

  3. [3] “Los ganaderos exigen la dimisión de Garzón por decir que España exporta ‘carne de mala calidad’”, de David Vigario / El Mundo (04/01/2022). https://www.elmundo.es/economia/2022/01/04/61d4500021efa07a1e8b456f.html.
  4.   “Cien mil cerdos para 131 habitantes: la España vacía se rebela contra las macrogranjas”, de Miguel Ángel Medina / El País (13/10/2021). https://elpais.com/clima-y-medio-ambiente/ecologia/2021-10-13/cien-mil-cerdos-para-131-habitantes-la-espana-vacia-que-se-rebela-contra-las-macrogranjas.html#?rel=mas.
  5. Três meses após a publicação da segunda edição de Iberia vaciada, foi criado um partido de nome «España vaciada» (em setembro de 2021) – para a SABC, um partido «que não traz nada de novo».
  6. “Identidades rurales, en plural y en pugna”, de David Gallar Hernández / SABC (Outono de 2021, n.º 42). https://www.soberaniaalimentaria.info/numeros-publicados/78-numero-42/890-identidades-rurales-en-plural-y-en-pugna. Dopazo diz-nos: «el momento actual está muy bien captado en este artículo (…). Podría decirse que las adhesiones a la declaración forma parte del tercer perfil que describe (“otras ruralidades diversas e incluyentes”)».
  7. “A reforma agrária continua a ser necessária”, Bruno Amaral de Carvalho / Voz do Operário (5/4/2021) https://vozoperario.pt/jornal/2021/04/05/a-reforma-agraria-continua-a-ser-necessaria/.

Written by

Sara Moreira

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