
Desculpa, mas não encontramos nada.
Desculpa, mas não encontramos nada.
Lendo: Janeiro termina em luta
Só na região de Barroso, formada pelos concelhos de Montalegre e Boticas, existem 22 projectos de exploração mineira, não apenas de lítio, mas também de feldspato, volfrâmio, estanho ou molibdénio. Tudo isto num território com uma área de apenas 1128 km2, aproximadamente.
Alertando para o facto de a mineração não criar empregos para as gentes locais, para a «possível extinção de empregos existentes ligados à agricultura e à produção e comercialização dos produtos alimentares tradicionais» e para a «contaminação de águas, de solos e do ar», as associações que organizam a manifestação afirmar que «a instalação prevista de enormes minas a céu aberto nas proximidades da maiores reservas de água do Norte do País (Barragens da Venda Nova e Pisões, que alimentam o rio Cávado) e junto de afluentes importantes do Tâmega será uma enorme ameaça para os principais cursos de água do Norte de Portugal. Riscos de derrocadas, cedência de barragens de rejeitados, deslocações de populações; ruído intenso, desvalorização de terrenos e imóveis, expropriações abusivas, perda de meios de subsistência e de empregos, destruição da biodiversidade e ameaças para a saúde, são exemplos do que se pode esperar de uma das indústrias considerada das mais poluentes do mundo.»
Recusando este futuro para as suas terras e defendendo o «direito a um ambiente saudável – um novo direito humano, consagrado recentemente pela ONU», decidiram avançar para este protesto, de forma a «mostrar a nossa oposição, enquanto populações directa ou indirectamente afectadas pelas consequências irreversíveis desta indústria, e exigir o recuo das empresas de mineração (como é o caso da Savannah Resources, da Minerália e da Lusorecursos) que teimam numa propaganda feita com mentiras».
Deununciando o recente acordo entre a Câmara de Montalegre e a Lusorecursos para a constituição de um consórcio empresarial candidato às agendas mobilizadoras do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) como uma «atitude lamentável e vergonhosa», as associações pretendem ainda desmascarar o «falso argumento da transição energética e da descarbonização, destruindo vidas humanas e tesouros naturais, culturais e históricos existentes no território para beneficiar uma indústria altamente destrutiva».
Por tudo isto, «por um Barroso genuíno, biodiverso, culturalmente rico e habitado», e porque «a indústria mineira não é solução», apelam à participação de gentes de todos os cantos na manifestação de dia 22 em Montalegre.
Mas as mobilizações não se ficam por aqui. Nem em termos de datas nem em termos de abrangência territorial. No facebook, a página Minas Não, página de apoio, sensibilização e informação contra a mineração, apela para que, no próximo 28 de Janeiro, «sejam organizadas acções nas aldeias, vilas e cidades, um pouco por todo o país», tais como «faixas», «manifestações, protestos, bloqueios de estradas, conversas, sessões de esclarecimento, etc.»
A ideia é insistir na validade da diversidade de tácticas e «preservando a nossa autonomia local, bem como as dinâmicas próprias a cada luta», mostrar que, «apesar das nossas diferenças geográficas, continuamos juntas em solidariedade».
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