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Mas afinal o que é o transhumanismo? E quem são os transhumanistas?

Mas afinal o que é o transhumanismo? E quem são os transhumanistas?


I Parte

O mundo não tem sido feito por amor dos seres humano e não se tornou mais humano

Herbert Marcuse(1)

Neste e nos próximos números, apresentaremos uma breve resenha genealógica, algo labiríntica, dos motivos culturais que directa ou indirectamente têm inspirado o transhumanismo (H+). Ao mesmo tempo, desenhar-se-ão algumas das linhas de fuga e das sobreposições temáticas que da história mais ou menos remota conduzem até a actualidade.

O H+ é, em poucas palavras, um movimento que procura ultrapassar deliberadamente, com meios científicos e tecnológicos, os limites da condição biológica do ser humano e, em última análise, almeja alcançar a imortalidade terrena. A adjetivação “terrena” serve para expressar o aspecto mundano e laico desta nova figura da mais antiga inquietação humana. Da Epopeia de Gilgamesh e do terceiro milénio antes de Cristo, à pratica da mumificação dos egípcios, do pensamento taoista à alquimia esotérica, o H+ considera-se o legítimo herdeiro dos esforços históricos da humanidade para ganhar o seu jogo de xadrez com a morte. Nesse sentido, os teóricos do H+ interpretam a tecno-revolução em curso e por vir como o resultado cumulativo de um processo histórico contínuo. O ser humano seria desde sempre um animal insatisfeito consigo próprio, em luta com a frágil condição que lhe foi dada e, portanto, sempre à procura do potenciamento das suas capacidades psicossomáticas. Se a recusa da animalidade inscrita na condição humana teve nas religiões o seu desafogo, o H+ seria então a resposta laica às aspirações escatológicas das religiões tradicionais. Na perspectiva do Nick Bostrom, docente em Oxford e um dos líderes deste movimento, o H+ é a expressão contemporânea do humanismo renascentista – exemplificado por Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494), para o qual o indivíduo deve ser um livre criador de si próprio, atingindo “formas mais altas, divinas” – do projecto prometeico da ciência empírica – entendida no Novum Organum do Francis Bacon (1561-1626), como o método para “tornar tudo possível” através da submissão da natureza aos fins humanos – ou ainda do racionalismo da idade das luzes.(2) A estratégia discursiva com a qual Bostrom persegue a hegemonia cultural do H+ enxerta-o na tradição racionalista e no utilitarismo anglo-americano, visando acentuar a natureza democrática e liberal da reivindicação do direito incondicional à auto-determinação psicossomática, tentando desajeitadamente demarcar-se dos fantasmas da eugénica do século XX. Por outro lado, o norueguês Stefan Lorenz Sorgner assimila o “potenciamento tecnológico”, tanto genético como de outros tipos, ao impulso de auto-melhoramento e ao “sentimento da potência que cresce”, caros para Nietzsche.(3) Outro defensor desta filiação é Max More, que conta como o seu ensaio Tranhumanism: Towards a Futurist Philosophy (2009), tendo sido inspirado pelos seus estudos do pensamento do Nietzsche.(4) No entender de More, fundador de orientação anarco-capitalista do Extropy Institute, o H+ é um conjunto de filosofias heterogéneas que nos guiarão até à condição pós-humana.

Mas se quisermos fazer uma aproximação ao H+, será porventura necessário fazer algum desvio das narrativas na primeira pessoa dos protagonistas contemporâneos, dando preferência a um itinerário histórico, social e cultural ziguezagueante. O primeiro desvio conduz-nos aos tempos da Primeira Revolução Industrial e a uma das primeiras fases da construção de um ideal de tecnociência como factor de progresso e de emancipação: o pensamento do Saint-Simon (1760-1825) e a sua influência na Escola Politécnica de Paris. Eis algumas das pérolas do profético pensador da “sociedade industrial”: “Uma nação não é senão uma grande empresa industrial»; «A sociedade moderna só tem um objectivo: a produção, a indústria»; «O trabalho, eis o novo culto, a religião moderna» e o engenheiro é «o sacerdote da indústria»(5). Tendo em conta que hoje em dia não é raro encontrar, confundidas na mesma pessoa, a figura do cientista, do engenheiro, do empreendedor e do consulente de instituições governamentais,(6) também a previsão do Auguste Comte, no seu Cours de philosophie positive (1830-1842), parece ter sido cumprida. Pois ele intuiu que os engenheiros iriam ter um papel histórico preeminente: o de serem os mediadores entre os savants e os entrepreneurs, entre ciência e economia industrial. O saint-simonismo está nas origens da retórica do mundo como uma rede e como um espaço de fluxos, uma economia-mundo articulada em circuitos sempre mais densos, amplos e homogéneos, circuitos capazes de aumentar a circulação de bens materiais e imateriais: produtos, informações, pessoas e capitais. Daí o seu entusiasmo tecno-optimista quanto à construção de estradas, pontes e canais que levariam à “associação universal”, à comunhão entre os povos e à paz perpétua.(7) Parece que ouvimos os motivos saint-simonianos ressoar nas intenções e nos discursos dos criadores da Internet, vista como uma ferramenta para a descentralização e a desierarquização das relações sociais. Apesar das questões e das dúvidas que se podem levantar acerca do potencial emancipador das tecnologias digitais, e apesar das denúncias dos seus impactos psicológicos, políticos, económicos, sociais e ecológicos, continuam a florescer varias versões de “utopismo digital” inspirado pelo conceito de reticularidade.(8) É um facto que a Califórnia é a nação do mundo à qual mais se deve a revolução social que estamos a viver, a saber, a invasão tentacular das tecnologias informáticas em todas as esferas da existência humana. A transformação em curso dos modos de viver e de pensar têm as suas raízes na California Ideology,(9) isto é, na hibridação dos factores culturais mais variados, desde a contracultura comunitarista dos anos ’60 ao neoliberalismo – que resultou no oxímoro do “anarco-capitalismo”.(10) A Silicon Valley pode ser chamada a terra santa, o epicentro mundial do H+, pois é a partir daí que operam muitos dos profetas-empreendedores-cientistas do H+ e as suas instituições: World Transhumanist Association, Singularity University, Google, Facebook, PayPal…

Mas convém regressar ao tempo de Saint-Simon e de Comte, quando as lutas dos luditas estouraram como movimento operário organizado, levando ao acrescento do crime de destruição de máquinas aos já mais de cem crimes passíveis de pena de morte na jurisdição inglesa. A revolta dos artistas das “artes menores”(11) face à grande inovação da altura, o tear mecânico, foi silenciada. Marx afirmara em O Capital (Liv. I, Sec. IV, Cap. 13) que “A história universal não oferece espetáculo mais horrendo do que a extinção dos artesãos tecelões de algodão ingleses […], muitos morreram à fome”, enquanto que nas colónias “os ossos dos tecelões de algodão embranquecem as planície indianas”. A sua análise levou-o a concluir que, sob o capitalismo, “o efeito ‘temporário’ das máquinas é permanente, uma vez que se vai apropriando de cada vez mais campos de produção”. Entre máquinas e operários há, portanto, “um antagonismo completo”. Visto que “o meio de trabalho esmaga o operário”, “dá-se pela primeira vez a revolta brutal do operário contra o meio de trabalho”. Apesar disso, Marx será sempre um tecno-progressista (TechnoProg), pois, segundo ele, a “socialização” dos meios de produção teria remediado todos os estragos devido ao estranhamento do produto do trabalho face ao seu realizador. Friedrich Engels, de resto, cristalizou a atitude centralista e autoritária do materialismo dialético ao escrever em On Authority (1982) que a máquina a vapor, a rede rodoviária, e, em geral, a agricultura e a indústria em larga escala, são intrinsecamente autoritárias e é preciso aceitá-las, pois combater esse autoritarismo coincidiria com a pretensão de abolir a indústria enquanto tal, coisa que, como é óbvio, para ele não fazia sentido. A “questão da maquinaria” foi, de qualquer forma, um tema muito debatido pelos economistas da altura, e as suas implicações humanas estavam ao alcance de cada um.(12) É, alias, bem provável que Marx e Engels conhecessem The Philosophy of Manufactures (1835), de Andrew Ure, uma declaração de intenção (de guerra) que frisava como, além das vantagens quantitativas e técnicas, um dos benefícios “morais” da introdução da maquinaria residia na desqualificação do trabalhador, o que, por sua vez, era suposto induzir desânimo no trabalhador, levando ao abrandamento das greves. Todos sabemos o quão sangrentas foram as lutas das décadas sucessivas. Anos também notáveis pelas exposições universais (a primeira, em Londres em 1851, chamava-se Great Exhibition of the Works of Industry of All Nations) e pela aceleração dos ritmos de exploração e manipulação do existente, finalmente reduzido a recurso. O estudo da fisiologia humana e da rentabilidade dos organismos foram acompanhados pelos avanços da termodinâmica, do eletromagnetismo, da biologia, da psicologia e de outras tantas disciplinas. Se o corpo é uma máquina, a psique é o seu motor. Ambos devem ser analisados, seccionados, medidos e contabilizados.(13) Pondo os doutores de um lado e os industriais do outro, os engenheiros também começaram a estudar os movimentos e as suas coordenações na execução das tarefas, usando a cronometragem como critério para o estabelecimento dos standards de eficiência laboral. Os salários passaram a ser proporcionais à produtividade cronométrica. Estes métodos, segundo o seu mais celebre teórico, Frederick Taylor (The Principles of Scientific Management, 1919), conduziriam ao aumento dos rendimentos e dos salários, e daí ao minguar da conflitualidade social. Inspirado pelo taylorismo, o industrial Henry Ford, em 1913, com a cadeia de montagem, põe definitivamente os humanos sob a dependência das máquinas, que naquele momento passaram a ditar o ritmo das actividades produtivas. Também no contexto russo, o “amerikanismus” era visto com admiração e imitado, mas seguiremos um desvio que nos levará até à Rússia noutra ocasião.

Na primeira metade do século XX, a “tecnocracia”, ou “gestão técnica da sociedade”, descrita por Saint-Simon há cerca de cento e cinquenta anos, encontrava-se já em pleno funcionamento, mas dava frutos inesperados: duas Guerras Mundiais. Pensando nelas, somos atraídos por outro possível cruzamento na labiríntica origem do H+: a obra do Ernst Jünger (1895-1998). Alemão de família burguesa e protestante, depois de se alistar voluntariamente, ainda menor de idade, na legião estrangeira francesa e sucessivamente no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial, defendeu que a guerra, além de ser inevitável, tem um valor positivo. Para ele, a guerra não seria uma distorção mas antes o cumprimento da vocação da técnica, com o trabalhador-soldado da “mobilização total” industrializada como marca da nossa época. A sua apologia do estatuto epocal da técnica e do modo como esta começava a reconfigurar a velha ordem europeia, levou-o a intuir, pouco depois da Segunda Guerra Mundial, que a progressiva conquista do mundo pela técnica corresponde logicamente à progressiva tecnicização do próprio conquistador: quando o mundo for uma paisagem tecnológica exclusiva sem alteridade, nada mais sobrará para o ser humano porque o ser humano ter-se-á, então, transformado noutra “coisa”. A imagem da técnica por ele esboçada, conjuntamente com alguns elementos do pensamento do Oswald Spengler (1880-1936), influenciarão o filósofo colaborador do nazismo Martin Heidegger (1889-1976). Deste contexto cultural surge uma imagem da ciência natural moderna como estando ao serviço de um “a priori tecnológico”. A ciência moderna, também quando se encontra aparentemente livre de compromissos utilitários, estaria numa relação de dependência face à técnica, reduzindo-se o conhecimento à acessibilidade do mundo, à manipulação experimental e ao controle prático. A racionalidade instrumental da ciência responderia à insaciável vontade de poder, uma fatal vontade de vontade sem término, inscrita na técnica. Em paralelo com o surgir desta visão, quer as “ciências duras”, quer as ciências humanas e sociais, acabaram por ser devidamente contratadas e harmoniosamente orquestras pelos exércitos, pela administração pública e pela indústria.(14) As “variáveis sociais” serão sujeitadas pela racionalidade do sistema produtivo industrial, num regime que muitos autores descreveram como totalitário.(15) O complexo militar-industrial-cientifico-administrativo-financeiro reforça os seus laços.(16) É notório que os imperativos trazidos pelo esforço bélico continuarão a agir durante a Guerra Fria, com a sua corrida aos armamentos tecnocientíficos e a sua série ininterrupta de guerras civis, apoiadas, fomentadas e manipuladas em toda a parte pelos dois grandes blocos imperiais, o soviético e o das democracias liberais.(17)

Reparem como ainda hoje, na vulgar filosofia da ciência do empirismo lógico,(18) muito influente nos EUA assim como na Europa, os testes de cientificidade se sobrepõem às exigências de relevância técnica: considere-se a tese da simetria lógica entre a explicação científica e o sucesso preditivo; ou a exigência de quantificação, que envolve a posse de laboratórios e modelos matemáticos tanto sofisticados quanto caros. Segundo uma metáfora bastante comum, “uma teoria científica é um instrumento para prever os fenómenos”; ou, noutra versão, “uma teoria é uma ferramenta que produz outras ferramentas”. A aplicabilidade de uma teoria e os seus impactos práticos são parte valente dos critérios de avaliação no financiamento da investigação cientifica, tanto público quanto privado. Estes critérios, em larga medida extra-científicos, a saber, social e politicamente guiados, tendem a preferir um projecto a outro, uma teoria a outra, ou um artefacto a outro. A falta de acesso da maior parte das comunidades humanas à “objectividade” tecnocientífica, por razões tanto económicas quanto culturais, tem sido um aliado na subordinação política dos países “sub-desenvolvidos”, levando a práticas de colonialismo científico como a expropriação dos saberes tradicionais por parte das multinacionais da agro-indústria, a “bio-pirataria” denunciada pela cientista-ativista Vandana Shiva.(19) Segundo Bruno Latour, o “positivismo estratégico” é uma maneira de fazer a guerra por outros meios, ou seja, é a utilização da alegada neutralidade e objectividade da ciência como princípio de autoridade através do qual se escondem os verdadeiros interesses perseguidos.(10) Segundo este autor, deveríamos abrir os olhos perante a guerra em curso, para nos posicionarmos e começarmos a preparar o contra-ataque, sendo que de momento são os capitalistas os mais aguerridos e preparados.

De facto, o resultado concreto da retórica da ciência neoliberal no quadro da concorrência bélica e comercial internacional, ciência descrita como mentirosa e habilidosa por Vannevar Bush, o director do programa atómico dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, como “livre jogo de intelectos livres” motivados pela “curiosidade de sondar o desconhecido”,(21) não é tão diferente daquilo a que se propunham os regimes comunistas ou fascistas, a saber, um conhecimento instrumental dirigido pelos valores, pretensamente transcendentes, das elites dominantes e tomado como próprio pelas classes subalternas. O imaginário do “sublime tecnológico” e a nova fé laica na ciência como panaceia de todos os males, apresentam-se como factores comuns de todas as ideologias de massa do século XX. A cultura moderna, fazendo eco das outras fases da civilização, apela de todos os lados para um “homem novo”. Ora bem, importa lembrar que Hannah Arendt justamente escreveu, no seu livro clássico sobre o totalitarismo, que o que era mais espantoso nesses regimes não era tanto a sua tendência para o poder absoluto, como as suas ambições de transformar a natureza humana. Enxertando-se no tronco de sociedades religiosas e autoritárias, baseadas na opressão e na “estupidez artificial”, o “pentágono do poder” nascido da coligação de política, potência energética, produtividade, publicidade e lucro, faz de toda a inovação um fortalecimento das dinâmicas totalitárias nelas pré-existentes.(22) Estas dinâmicas arrastam todo o existente numa mobilização frenética, usando como alavanca os arquétipos judaico-cristãos de dominação da natureza, por um lado, e o utilitarismo da optimização técnica e da eficiência das prestações, por outro. Consequentemente, hoje todos os indivíduos são levados a cooperar voluntariamente na exploração e na manipulação de si próprios, dos outros e do ambiente. Toda a gente é impingida a participar levianamente na espionagem generalizada através das redes sociais e dos dispositivos smart, garantindo à “mão visível”(23) do complexo científico-industrial-militar, ao abrigo da jurisdição estatal, as rédeas da cega corrida que se persevera a chamar de progresso. Isto tudo, estando-se criminosamente nas tintas para com os resultados do departamento de investigação do Banco Mundial, que, segundo o que é reportado pelo seu chefe, o economista Branko Milanović, demonstram a falsidade das teses neoliberais acerca da suposta tendência espontânea para o nivelamento das desigualdades entre países, ou no interior de cada país. O que os dados mostram inequivocamente é que nos últimos quarenta anos a riqueza tem-se concentrado sempre mais, quer à escala de cada país, quer à escala planetária, com a maioria das pessoas a sofrer as consequências ecológicas e sociais da perpetuação da pilhagem e da opressão colonial.(24)

(1) Herbert Marcuse, La dimensione estetica, em La dimensione estetica. Un’educazione politica tra rivolta e trascendenza, Milano, Guerini e Associati, 2002, p. 48.
(2) N. Bostrom,
A history of transhumanist thought, «Journal of Evolution and Technology», Vol. 14, n.1, 2005 http://www.nickbostrom.com/papers/history.pdf
(3) S. L. Sorgner,
Nietzsche, the Overhuman, and Tranhumanism, «Journal of Evolution and Technology», Vol. 20, n.1, março 2009 – http://jetpress.org/v20/sorgner.htm
(4) M. More,
The Overhuman in the Transhuman, «Journal of Evolution and Technology», Vol. 21, n. 1 Ganeiro 2010 – http://jetpress.org/more.htm
(5) R. Pernoud,
A Burguesia, Mem Martins (Po), Publicações Europa-América, 1995, p. 113.
(6) R. Bud – S. E. Cozzens (a cura di),
Invisible Connections: Instruments, Institutions and Science, Bellingham (Wa), Spie Optical Engineering Press, 1992.
(7) P. Musso,
Télécommunications et philosophie des réseaux: la postérité radicale de Saint-Simon, Paris, PUF, 1997; Id., La religion du monde industriel: analyse de la pensée de Saint-Simon, Paris, Éditions de l’Aube, 2006.
(8) . Breton,
L’utopie de la communication, Paris, La Découverte, 1990; A. Mattelart, Histoire de l’utopie planétaire: de la cité prophétique à la société globale, Paris, La Découverte, 1999; J. Brockman, Digerati: Encounters With the Cyber Elite, San Francisco, Hardwired, 1996; F. Turner, From Counterculture to Cyberculture: Stewart Brand, the Whole Earth Network, and the Rise of Digital Utopianism, Chicago, University of Chicago Press, 2006; C. Formenti, Incantati dalla rete. Immaginari, utopie e conflitti nell’epoca di Internet, Milano, Cortina, 2000.
(9) R.
Barbrook, A. Cameron, The Californian Ideologogy, em «Science as Culture» 6.1 (1996): 44-72.
(10) Ippolita,
Nell’acquario di Facebook; La resistibile ascesa dell’anarco-capitalismo, Ledizioni, Milano, 2012.
(11) W. Morris,
As Artes Menores e outros ensaios, Lisboa, Antigona, 2003.
(12) M. Berg,
The Machinery Question and the Making of Political Economy : 1815-1848, Cambridge University Press 2008.
(13) A. Rabinbach,
The Human Motor; Energy, Fatigue, and the Origins of Modernity, University of California Press, 1992.
(14) L. Baritz,
The Servants of Power; A History of the Use of Social Science in American Industry, Wesleyan University, 1960.
(15)
J. Ellul, La technique ou l’enjeu du siècle. Paris, Armand Colin, 1954; Propagandes, Paris, A. Colin, 1962; H. Marcuse, One-dimensional Man; Studies in the Ideology of Advanced Industrial Society, Boston, Beacon, 1964; G. Anders, L’obsolescence d’homme: Sur l’âme à l’époque de la deuxième révolution industrielle, Encyclopédie des nuisances, 2002 (1956).
(16) D. Noble,
America by Design: Science, Technology and the Rise of Corporate Capitalism, Oxford University Press, 1979.
(17) R. Aron,
Dix-huit leçons sur la société industrielle, Parigi, Gallimard, 1962.
(18) G. A. Reisch,
How the Cold War Transformed Philosophy of Science: To the Icy Slopes of Logic, Cambridge University Press, 2005.
(19) V. Shiva,
Stolen Harvest: The Hijacking of the Global Food Supply, Boston, South End Press, 2000.
(20) B. Latour,
Telling Friends from Foes in the Time of the Anthropocene, em C. Hamilton et al. (eds), The Anthropocene and the Global Environmental Crisis; Rethinking modernity in a new epoch, Routledge, New York, 2015.
(21) V. Bush,
Science; The Endless Frontier, United States Government Printing Office, Washington, 1945.
(22) L. Mumford, The Myth of the Machine;
Technics and Human Development (I Vol. 1967), The Pentagon of Power (II Vol. 1970)
(23) A. D. Chandler,
The Visible Hand; The Managerial Revolution in American Business, Belknap Press, 1977.
(24) B.
Milanović, Worlds Apart. Measuring International and Global Inequality, Princeton/Oxford, 2005; The Haves and the Have-Nots: A Brief and Idiosyncratic History of Global Inequality, Basic Books, New York, 2010; Global inequality: A New Approach for the Age of Globalization, Harvard University Press, 2016.

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