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Lendo: Escritórios da Savannah Resources atacados

Escritórios da Savannah Resources atacados

Escritórios da Savannah Resources atacados


Na madrugada de dia 19 de Junho, «um grupo de pessoas solidárias com a população residente na região do Barroso» entrou nas instalações da Savannah Resources, em Carreira da Lebre, Boticas, tendo danificado os seus veículos, pintalgado a fachada de vermelho e escrito a frase «Não à mina».

Tendo em conta que, perante «uma forte oposição dos residentes e de várias associações e organizações ambientais» ao projecto de mineração, a empresa britânica «adoptou uma postura autoritária de atropelo das vontades locais», este grupo de pessoas considera «este acto de violência legítimo, proporcional e provocado pela falta de alternativas».

 

Vídeo da acção AQUI

Comunicado completo:

Um grupo de pessoas solidárias com a população residente na região do Barroso entrou, na madrugada de dia 19, nos escritórios da Savannah Resources, em Carreira da Lebre, Boticas. Danificou os veículos da empresa britânica, pintou a fachada de vermelho e escreveu a frase: “NÃO À MINA”.

Esta ação vem como resposta a um projeto que procura explorar as reservas de lítio da região e lucrar com a destruição das Serras do Barroso, das quais as populações locais dependem, parte de uma região considerada património mundial pela FAO.

Desde o início que o projeto tem encontrado uma forte oposição dos residentes e de várias associações e organizações ambientais que alertam para os riscos ambientais e sociais inerentes à mina. Ao longo do processo, esta empresa adotou uma postura autoritária de atropelo das vontades locais, como se pode verificar pelas duas servidões administrativas que pediram, para aceder à força a terrenos, já que não conseguem a permissão dos proprietários para entrar neles. A Savannah Resources mostra assim que só à força e contra a população poderá avançar com o projeto.

A Savannah Resources quer-nos convencer que o futuro verde é esburacar património mundial e transformar estas serras em zonas de sacrifício para uma indústria de automóveis elétricos que em nada resolverá a crise climática que atravessamos. Em nome do crescimento económico, querem açambarcar terras, poluir águas e destruir os montes e as serras barrosãs contra as populações locais. E o Estado, o governo e a União Europeia, que deviam proteger a sua população, pavimentam-lhes o caminho.

Nos últimos anos, a população tem usado todas as ferramentas ao seu dispor para lutar contra esta violência. Organizaram encontros, convocaram protestos, deram entrevistas a meios de comunicação social, falaram com representantes políticos e até recorreram aos tribunais de forma a cancelar a licença de prospeção e exploração da empresa. Todos estes esforços têm sido em vão. É por isso que, em solidariedade com a população barrosã, decidimos recorrer a outro meio. 

Consideramos este ato de violência legítimo, proporcional e provocado pela falta de alternativas. O mesmo não se pode dizer da violência constante que a empresa exerce sobre a população, atacando sonhos, comunidades e projetos de vida, pondo o lucro acima das pessoas. É por isso uma violência ilegítima e desproporcional. Escalamos a resistência porque reconhecemos que os meios que os habitantes locais têm, com esforço, empregado, se estão a esgotar. Se tudo o que a Savannah Resources pretende é lucrar com a destruição de ecossistemas e comunidades, deixando-nos a todos mais pobres, cá estaremos para resistir. Não à mina!


Written by

Sandra Faustino

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