Desculpa, mas não encontramos nada.
Apesar de estarem na iminência de deixar de existir, porque a pandemia as obrigou a fechar as portas, e enquanto pensam em estratégias de sobrevivência, as empresas autogeridas argentinas reagiram de forma solidária e começaram a fabricar produtos para o combate contra a Covid-19. Uma tradução de um artigo do site Fever – Class struggles under pandemic para o jornal MAPA.
imagem de pagina12.com.ar/
Os anos 1990 e o início dos anos 2000 foram uma altura em que muitos empregos foram destruídos na Argentina, o que gerou pobreza profunda e desemprego. Apenas alguns sectores da classe operária, que tinham um emprego formal, conseguiram sair vitoriosos dos seus combates, e talvez os casos mais famosos tenham sido as lutas contra o fecho de empresas e a sua recuperação sob a forma de cooperativas autogeridas pelos seus antigos empregados.
Se é verdade que o que estes antigos empregados encontram agora pela frente, depois da árdua batalha contra os seus patrões, é o desafio complicado de garantir a continuidade das empresas num ambiente capitalista de competição, não o é menos que, em muitas ocasiões, alguns destas empresas oferecem, elas próprias, um apoio a lutas proletárias em curso.
Neste momento de crise causada pelo novo coronavírus, muitas destas empresas iniciaram, por iniciativa própria, uma reestruturação da sua produção, pelo menos parcialmente, de forma a produzir produtos de higiene que estão em falta nos hospitais, tais como gel de álcool, desinfectantes, máscaras, embalagens para muitas destas coisas, etc.. Neste grupo de empresas existe uma que ainda não é legalmente uma cooperativa, uma vez que ainda decorre uma luta no quadro da qual os trabalhadores estão a ocupar a fábrica. É a fábrica de Ansabo e os trabalhadores ofereceram o pátio das suas instalações para a organização do apoio mútuo da vizinhança. A Ansabo produz papel e os seus trabalhadores estão a ocupá-la desde Julho de 2019, quando foi anunciado que iria fechar. Tem havido negociações, o que tem permitido a autogestão da produção, com o apoio da edilidade local. Este caso mostra-nos como a crise do coronavírus influencia as lutas que se continuam a desenrolar já desde antes da crise e também as empresas autogeridas que são o resultado de lutas passadas.
Eis uma lista com alguns exemplos do que está a ser produzido por fábricas autogeridas na Argentina:
imagem de pagina12.com.ar/
* Envases Flexibles Mataderos: embalagens para gel de álcool;
*Textiles de Pigüé: máscaras e camisolas;
* Plasticos Salvadores (ex-Oropel): embalagens para gel de álcool;
* Farmacoop (ex-laboratorio Roux Ocefa): gel de álcool;
* Red Textil Cooperativa (federação de cooperativas têxteis): máscaras, batas e lençóis;
* Hotel Bauen: hotel para isolamento de pessoas em trânsito;
* Gotan: mobiliário para hospitais;
* Madygraf: máscaras e desinfectantes;
* Cooperativa Textil Traful Newen de Neuquén: máscaras para hospitais e centros de saúde.
Mais informação em:
https://tinyurl.com/smw43u7
https://tinyurl.com/usuk3c3
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