Desculpa, mas não encontramos nada.
Desculpa, mas não encontramos nada.
Lendo: Captura 26: cinema comprometido no Ateneu de Coimbra, Sábado 16 de Maio
Em exibição: /Attilas ’74/ (ou /Attila 74: the Rape of Cyprus/) de Mihalis Kakogiannis.
16 de Maio · 17h00 · Sede do Ateneu de Coimbra
Filmado imediatamente a seguir à invasão de Chipre pelos turcos em 1974, /Attilas ’74/ é um documento histórico fundamental, com imagens raramente vistas sobre um conflito duradouro, de sequelas indeléveis que se arrastam até aos dias de hoje. Mesmo posicionando-se claramente próximo dos gregos perante este problema,
trata-se de uma reflexão actual sobre as raízes dos nacionalismos, e suas ramificações territoriais e espirituais.
Procurar nas raízes da História a justificação das convulsões do presente, e procurar alinhar sangue e território sob um mesmo denominador comum com que compreender o mundo e as suas contínuas metamorfose — é este o desafio definidor
de /Attilas ’74/.
Apontando para o vector em que se cruzam, e misturam, política e religião, e em que se invoca a legitimação divina para a resolução de disputas ancestrais em terrenos divididos à partida, /Attilas ’74/ procura descodificar a experiência dessa intensidade, através de uma recolha fragmentária, também porque captada no calor do conflito.
Inevitavelmente inflamatório, e inevitavelmente lacunar, este é, mais do que tudo, um filme que evidencia a manta de retalhos de que se compõem as identidades, as fronteiras e as nações, e que torna claro que a sobrevivência reside na absoluta necessidade da articulação entre coexistência pacífica e preservação cultural.
Realização: Mihalis Kakogiannis
Ano de lançamento: 1975
País de realização: Chipre
Duração: aprox. 100 min
Língua: grego (legendado em inglês)
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Organização: Prisma
Produção: Prisma, com apoio do Ateneu de Coimbra
Conteúdos: Manuel Pereira
Promoção: Prisma, Guilhotina
Documentação: Prisma
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Pretende-se um programa com propósitos bem definidos: o relacionamento com
espaços de resistência, um esforço de reflexão social e estética, um cinema
comprometido com o diálogo.
Cinema directo, cru e frontal, avesso ao preciosismo inconsequente ou ao
refinamento supérfluo. A câmara como extensão do homem, esclarecida e corajosa.
Contra a homogeneização forçada do cinema, o resgate de obras invisíveis
assume-se como acto de luta. Urgentes, cada vez mais, as estratégias para fintar
estruturas e ideias dominantes tendo em vista um cinema verdadeiramente livre.
Os filmes, os autores, os públicos, sobreviverão aliando-se na construção de
percursos alternativos, que a história oficial do cinema se encarrega de obscurecer.
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