
Desculpa, mas não encontramos nada.
Desculpa, mas não encontramos nada.
Lendo: Greve ao trabalho na prisão de Pinheiro da Cruz
Desde esta manhã os presos em Pinheiro da Cruz (Grândola) encontram-se em greve de trabalho como reacção aos contínuos abusos e atropelos às suas condições de vida dentro daquele estabelecimento prisional. A denúncia centra-se sobretudo nos preços abusivos a que estão sujeitos para adquirirem diversos bens dentro da prisão (comida, lâminas de barbear, cartões de telefone, etc). Como resposta à recusa dos presos em apresentar-se nos seus postos de trabalho, a directora, Maria da Ressureição Aragonez Ceia Moura, decidiu suspender o serviço de almoço, obrigando os presos a voltarem às celas. Até ao momento ninguém pôde comer sob a chantagem de que “Se não trabalham não comem!”.
A situação na prisão de Pinheiro da Cruz é uma das mais críticas do país (com uma população prisional em crescimento galopante em Portugal que ultrapassa já os 14 mil presos), e as condições gerais dos presos são cada vez mais precárias. Para além do grande negócio à volta da comida e de diversos bens dentro do estabelecimento prisional (a entrada de comida tem vindo a ser cada vez mais limitada para obrigar os reclusos a consumirem quase tudo dentro do EPL); as refeições são cada vez mais intragáveis; os dias permitidos para visitas estão actualmente reduzidos a dois por semana – ainda por cima obrigam as pessoas a esperar mais de uma hora até permitirem a entrada no EPL – ; e o completo desprezo que os reclusos sofrem por parte dos educadores do IRS (Instituto de Reinserção Social), praticamente nem se passam pela prisão e acabam por emitir relatórios aos tribunais sem conhecer minimamente a situação do recluso.
“Mais que uma ‘cadeia’, estamos perante uma propriedade agrícola de 1500 hectares que é preciso gerir com eficiência. À produção de vinho, com quase 50 anos de tradição, juntam-se as suiniculturas, vacarias, a produção de leite, pão, e mel, atividades que chegam a gerar receitas na casa dos 200 mil euros…”. Esta frase da ex-directora *Ana Paula Ramos* numa entrevista à revista Activa em 2012, reflecte perfeitamente qual é o principal objectivo desta prisão: máximo rendimento à custa do trabalho escravo de presos aos quais a qualquer momento e de forma indiscriminada pode ser negado o direito ao almoço.
Continuaremos atentos ao desenrolar dos acontecimentos.
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