Desculpa, mas não encontramos nada.
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Lendo: Conversas com Carlos Taibo e encontros na Feira Anarquista do Livro
Carlos Taibo, professor jubilado de Ciência Política na Universidade Autónoma de Madrid, é um dos mais activos autores libertários da actualidade. Três conferências pelo sul de Portugal, em Faro (dia 20, na Associação de Músicos, às 21 h), em Portimão (dia 21, Clube União, 21 horas) e em São Luís, Odemira, (dia 22, Regenerativa, 17 horas) antecedem a sua presença na Feira Anarquista do Livro em Lisboa (23 e 24, Centro Social do Bairro Alto), onde se junta a vários autores e colectivos num vasto programa que pretende ser «um espaço para a reflexão sobre as diferentes formas de expressão do anarquismo no contexto atual».
As conferências de Carlos Taibo, numa organização do Comité Custódio Losa (Faro), da Tertúlia José Buísel (Portimão), da Regenerativa Cooperativa Integral (São Luis) e do jornal MAPA, convidam para uma reflexão sobre as «Alterações Climáticas,Colapso, Decrescimento; a Ibéria Esvaziada, Turismo massificado no litoral versus Despovoamento do interior». As questões do decrescimento e a análise do colapso social, económico e ambiental, como o perigo do ecofascismo, estão presentes nas edições portuguesas de “Colapso: capitalismo terminal, transição ecossocial, ecofascismo” (Letra Livre/Jornal Mapa, 2019), entretanto esgotado, e mais recentemente em “Ibéria Esvaziada – Despovoamento, Decrescimento, Colapso”, (Letra Livre, 2022), que será alvo da apresentação na Feira Anarquista do Livro no sábado dia 23.
A Feira Anarquista do Livro – https://feiranarquistadolivro.coletivos.org/ – volta a Lisboa e terá este ano lugar no Bairro Alto. Na sexta feira, 22 é antecedida por jantar e concerto na Disgraça (Penha de França) com De Nadie (hip hop) + Buterflai (FolkAkrata) + Oriano (Folk).
No sábado já no Centro Social do Bairro Alto, pelas 11.30 a feira abre portas com a inauguração das exposições «Utopia ameaçada», do colectivo SlumilCinko a partir do recente registo do fotografo Mauricio Centurión em Rojava, no Curdistão sírio; e de «Montanhas Insubmissas», exposição audiovisual de Paloma Ruiz «em torno dos corpos num território ameaçado pelo extractivismo e que põe em perigo tanto as suas vidas como as suas lutas». Nesse mesmo dia Mauricio Centurion apresentará o ensaio visual do quotidiano zapatista, «Jchabivanejetic ta ac’ubal — Guardianes da la noche» (LaParcería Edita) e no ultimo dia da Feira promoverá ainda a oficina «As Histórias Pertencem a quem as Trabalha».
Por entre as bancadas de livros e publicações decorrerá no sábado diversas conversas, desde logo à volta de «organização e anarquismo», com membros do Colectivo Pró-Organização Anarquista em Portugal, do Embat (Catalunha) e da Liza – Plataforma Anarquista (Madrid). A memória anarquista estarem bem representada com o lançamento do livro «As Juventudes Libertárias e a Reorganização do Movimento Anarquista nos Anos 40 (Letra Livre, 2023)”, de Paulo E. Guimarães, e ainda a primeira apresentação pública em Lisboa, do livro “O Anarquismo e a Arte de Governar: Portugal (1890-1930)” (Outro Modo, 2023), escrito por Diogo Duarte.
«Entre livros e poesias: narrativas como política» versará por sua vez a apresentação do projecto lisboeta Intendente Insurgente em conversa com as Manas e as Insurgentes, à volta da «formação de livreires e bibliotecáries para mulheres e pessoas não-binárias» além da criação e edição de fanzines. Já de Itália, surge a conversa com membros de um dos maiores centros sociais ocupados do mundo, o CSOA Forte Prenestino, que desde 1986 são uma ocupação em permanente autogestão. Já ao final do dia, Carlos Taiboapresentará “Ibéria Esvaziada: Despovoamento, Decrescimento, Colapso” (Letra Livre). Pela noite a exibição do documentário “Não às Minas — Barroso: Um Povo em Resistência” (2021) convida a uma conversa com Paloma Ruiz e membros da União em Defesa de Covas do Barroso, sobre a situação da luta anti-mineração no Barroso.
No domingo, a feira reabre pelas 11.30 com um convite/conversa aos esforços conjuntos em se constituir “um novo Ateneu Libertário para a região de Lisboa”. Pela tarde apresenta-se «A Liberdade Não se Concede, Conquista-se. Que a Conquistem os Negros: Antologia de Textos de A Batalha» (A Batalha, Letra Livre, Falas Africanas), de Mário Domingues, pelos editores, à volta da memória deste anarquista nascido na Ilha do Príncipe, em 1899; sendo o anarquismo negro alvo também do livro a apresentar“A Plantation Progressista: Racismo Dentro dos Grupos de Esquerda Radical (Escurecendo o Anarquismo), de Lorenzo Kom’boa Ervin, pela ContraBando. As outras edições a convidar à conversa nesse ultimo dia da Feira serão a nova tradução de “Deus e o Estado” (Descrença), de Mikhail Bakunin, pela editora Descrença; «Puta Feminista: História de Uma Trabalhadora Sexual» (Orfeu Negro), de Georgina Orellano, por Sérgio Vitorino (Movimento Trabalhadorxs do Sexo), Isabel Engrácio e Maria Sampaio (Manas Insurgentes), com a moderação de Joana Canêdo. Por seu lado, para “reflectir em conjunto como seria um mundo sem prisões e que formas tem esta “justiça transformativa”» estará uma conversa com o colectivo abolicionista Vozes de Dentro, antecedendo a apresentação pelo autor do livro «Fundamentos y Estrategias de laCOPEL», de Agustín Moreno Carmona, ex-membro da espanhola COPEL (Coordinadora de Presos en Lucha).
A noite encerra a Feira do Livro Anarquista com a exibição do documentário «Monumento Catástrofe» (2022) – um road movie em Portugal, numa viagem pelos espaços da catástrofe – junto com o livro «A Volta ao Mundo em 80 Catástrofes», pelo colectivo Left Hand Rotation, numa serie de «memoriais que assinalam no espaço público os detonadores de catástrofes: o fenómeno natural, o capitaloceno, a necropolítica e o acidente.»
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