Desculpa, mas não encontramos nada.
Desculpa, mas não encontramos nada.
Lendo: Memórias e desafios à volta dos ‘comuns’.
Conversas e estrume entre montes e leiras.
Em São Lourenço da Montaria (freguesia do concelho de Viana do Castelo, nas faldas da Serra d’Arga), têm sido dinamizadas algumas ‘conversas com gentes da terra’, num espaço que se pretende ser de (re)conhecimento, partilha e reflexão sobre o agrário e o rural. Na relação das comunidades locais com o território, numa forma própria de aproveitamento dos seus recursos, percorrem-se os usos e costumes, as práticas associadas aos sistemas agrícolas e pastoris tradicionais, ou o conhecimento que foi sendo acumulado e transmitido ao longo de gerações. Nestes percursos temporais encontram-se também os ‘comuns’, um legado da gestão coletiva, e de responsabilidade partilhada, do que é comum -de todos e todas (compartes, consortes…)- ao mesmo tempo que um legado desse ‘saber fazer’ em comum. A última conversa decorreu a meados de novembro em Arga de Baixo, convidando e reunindo quem relembra os seus montes pastoreados, e quem ainda a eles leva o seu gado e rebanhos, desde as gentes das Argas (de Baixo, de Cima, e de São João) às de São Lourenço da Montaria, Cerquido e Covas. Aldeias que vão desde o sopé ao topo da Serra d’Arga. Porquê convocar pastores e pastoras à serra, «ao monte»? Se numa anterior conversa em São Lourenço, sobre a gestão de baldios no noroeste minhoto-galego, se levantara a problemática da desvinculação das comunidades locais aos baldios, tornava-se necessário conhecer melhor como fora antes a relação com estas terras comuns, e aquilo que a veio modificar. E nesta escuta sobre o antes, e como se reflete no agora, mais do que os baldios (termo mais «recente», ou frequentemente associado à floresta ou aos órgãos de gestão), abordar o «monte» amplia o tempo histórico e as interligações no território.
Nestas aldeias serranas (tal como noutras no país), o monte foi um suporte fundamental para as comunidades locais, e um elemento da engrenagem do metabolismo agrário de outrora. O monte era lugar de uso e usufruto comum, ora para o pastoreio ora como apoio à agricultura, logo essencial para a reprodução da vida nestes lugares. Era no monte onde pastoreavam vacas, ovelhas e cabras, sob a vigilância de quem as levava e recolhia. E era no monte onde se roçava o mato que nele crescia (tojos, urzes, carquejas), levado à cabeça ou botado a carregadoiro e transportado nos carros de bois. Nas casas, os feixes de mato ateavam o lume. Nas cortes, o mato era usado para a cama dos animais, sendo pisado e curtido com o estrume, produzindo-se o adubo para fertilizar os campos, desde as zonas de veiga até às leiras em socalcos. O monte permitia ampliar a superfície de terra propícia para a pastorícia, com os seus matos e pastagens, complementando a atividade de cultivo nas reduzidas terras aráveis. Nestas, depois de amontoado e espalhado o estrume, as vacas ‘piscas’ (mais tarde as da raça galega) puxavam o arado e a grade, preparando a terra para as culturas. Para além do feno cortado dos campos ou pauis, também se alimentava o gado bovino com a palha do milho, guardada ao longo do ano em medas ou bardeiras. Todo um fecho de ciclos de nutrientes, materiais e energia, característico destes agroecossistemas de montanha, moldados pelas comunidades locais camponesas, numa interação e coevolução com o território durante séculos.
Do pastoreio à floresta. Memórias da despossessão.
«A serra era de nossos pais e avós, dos nossos rebanhos, dos lobos que no-los comiam, do vento galego que afiava lá pelos descampados as suas navalhas de barba.»
– Aquilino Ribeiro, “Quando os lobos uivam”.
Todas as pessoas guardam memórias dos vínculos com o monte, ou a serra, «todas tinham o seu gado, uns mais, outros menos, era raro a casa que não tivesse o seu rebanho de cabras ou de ovelhas». Falam-nos das dinâmicas diárias e estacionais do pastoreio, das características dos animais e do que se alimentavam, do convívio na serra, ou da própria organização do trabalho, com sistemas de cooperação e reciprocidade, como quando se levava o gado à vez. Era habitual cada casa levar e recolher os seus rebanhos, mas por vezes juntavam-se os de algumas famílias (outras vezes por lugares) e «esperava-se o rebanho»: «ao chegarem [do monte] perto das casas as pessoas punham-se ali na calçada, “aparta aparta!”», e lá ia cada rebanho para a sua corte. Como parte da economia familiar, vendiam-se cabritos e borregos, assim como alguns produtos da lavoura «era daí que se vivia, dos rendimentos das próprias casas». A pele das cabras era usada para fabricar o fole, utensílio para transportar o milho até aos moinhos de água (mais de 30 só na freguesia da Montaria); a lã das ovelhas era fiada e tecida. As vacas eram importantes animais de trabalho, e o seu leite também era aproveitado, ora para consumo ora transformado, sendo maçado para fazer manteiga. Relembram o monte de outra forma, pois «não havia mato como há agora», a «limpeza» do monte era feita pelo próprio pastoreio, e as pastagens eram mais abundantes. Do mato que era roçado, para além de usado para o estrume, «o carrasco era muito bom para o lume, para o forno», «fazia-se aquelas pilhas de tojo nos cobertos para logo no inverno cozer o pão, para meter no forno para cozer a broa». No inverno ia-se buscar lenha, de árvores velhas ou lenha de giesta.
Nos lugares de Trás-Âncora e Espantar havia rebanhos numerosos, também nas Argas, chegando a haver na serra um de 1200 cabeças de cabras e ovelhas. «Eu criei-me com as cabras, [só as] vendemos quando cavaram a serra». A criação do Regime Florestal no início do século XX, e a arborização dos baldios durante o Estado Novo veio alterar a íntima relação das comunidades com os seus montes. Se até então estas terras comunitárias se mantinham na posse das comunidades, a alteração dos usos e fruição das mesmas não foi inteiramente pacífica, sobretudo nas aldeias serranas do país, para quem mais dependia do monte. Em São Lourenço da Montaria, nos anos 40, com a abertura da estrada pelos serviços florestais para a Nossa Senhora do Minho (o ponto mais alto da Serra d’Arga) «começaram a vir os guardas, começaram a orientar os trabalhos e a começar as sementeiras». O beneplácito e papel persuasor do pároco da freguesia, o Abade Bouça, terá contribuído para a população acatar mais facilmente o projeto de florestação em marcha. «Nesta época os padres tinham muitos poderes, o padre Bouça era amigo de Salazar…». Em 1949 já decorria a «sementeira do pinhão» em S. Lourenço, onde algumas pessoas acabaram por trabalhar. «Quem tinha os lavradios mais ricos, digamos, mais abastados, esses não iam, tinham que trabalhar e também não precisavam, tinham propriedades [bouças] de matos deles, pinheirais…». «Eu tinha 14 anos quando fui para a floresta (…), fui ganhar 8 escudos por dia, 10 horas por dia», refere uma senhora montariense de 87 anos. As mulheres roçavam o mato à enxada, os homens «minavam» com as picaretas.
«[Numa propriedade] íamos pra lá trabalhar pra lavoura e levávamos o gado… depois deitávamo-las ao monte e elas lá iam, mas houve uma vez que elas saíram e meteram-se no meio da floresta, eis que o guarda que caminhava viu-as e veio pra trás, tocou a corneta (…) tivemos de pagar a multa». Com a sementeira na serra foi proibida a livre circulação dos animais, «o gado sozinho não era autorizado», «havia que ter conta [dele]». Os guardas florestais vigiavam a sementeira, e caso os animais passassem para as áreas semeadas autuavam as pessoas. «Houve gente que foi muito penalizada». «Quiseram proibir os carros [de animais] e as vacas de passarem pelos caminhos que se usavam para ir buscar mato», ou de acesso a propriedades. Caminhos/calçadas que haviam sido feitas pelas pessoas, em trabalhos comunitários para os quais se organizavam e juntavam.
Nas Argas, a população também se opôs inicialmente à florestação, «todo o povo foi protestar, mas pouco adiantou». A sementeira levaria grande parte da serra a eito, no entanto, nem toda fora «cavada», e graças à resistência por parte da população, foram deixadas algumas faixas de pastagem nos montes baixos, e criadas outras nas planícies das chãs da serra, estas últimas cercadas e reservadas para o gado bovino. Mas então e os rebanhos? «Foi tudo!», «as cabras foram as primeiras a desaparecer». As ovelhas ainda pastavam nos montes mais baixos, «porque as ovelhas normalmente ficam na ervinha, nos campados e tal [mas] as cabras querem é mato». «Foi obrigatório vender as cabras [e] os pastores começaram a desaparecer…».
A economia de várias famílias assentava nestas terras comuns, de acesso e suporte a toda a comunidade, podendo satisfazer nelas/com elas as suas necessidades. Plantada a serra, deixa-se de poder levar os animais como sempre no monte estiveram, em pastoreio livre, e deixam-se as formas de entreajuda no levar-recolher dos mesmos. Limita-se a área de pastoreio e o número de animais, e também as possibilidades de obtenção de rendimento com a venda que se fazia destes, ou dos seus produtos, no elo que havia com o mercado. As pessoas passam a vender a sua força de trabalho, e o principal fruidor da serra passa a ser o Estado, que apenas deixa o salário. Finalizados os trabalhos da sementeira, e depois os de corte da madeira, a partir dos anos 60 uma grande parte da população emigra, primeiro os homens, mais tarde também algumas mulheres. Ainda que existindo mais razões para as vagas de emigração e o êxodo rural, nestes lugares, a florestação dos baldios poderá ter antecipado estes fluxos.
Quem ainda cultiva milho, logo quem ainda tem animais (e estrume), é quem mantém vivo os fluxos destas águas e a organização social associada, sendo sistemas que ainda respondem às necessidades.
Vínculos que se perdem.
Após o 25 de abril, os baldios são devolvidos ao povo, muito embora parte do povo já se tivesse ido, e os baldios se tivessem tornado florestas. «A primeira comissão de baldios que foi formada aqui no norte foi precisamente em São Lourenço da Montaria, [e] foi organizada nessa altura pela CNA», refere um senhor que viveu e participou nesse processo. «Começaram as pessoas a organizar-se, fizeram-se umas atas para se tomar posse», optando-se na altura pela co-gestão do baldio com os serviços florestais, tal como nas Argas. As tarefas de venda de madeira, plantações, e vigilância continuaria a ser feita pelo Estado, ficando este com 40% das receitas da venda de madeira e a população com 60%. «Sempre disse que o pinheiro não ia dar aqui…». A serra ardeu várias vezes, e poucos são os pinheiros que restam atualmente. «Se houvesse mais rebanhos agora o monte estaria mais limpo, não haveria tanto abandono, não haveria tantos incêndios». Arde o mato e perde-se solo, e assim «o que mais cresce na Serra d’Arga é pedra». A esta problemática junta-se a das espécies invasoras, introduzidas pelos serviços florestais, desde as acácias (Acacia melanoxylon e Acacia dealbata) às espinhosas e extensas háqueas (Hakea sericea). A co-gestão com o Estado, atualmente com o ICNF, se bem que mais vantajosa inicialmente, não contando as populações com meios para gerir as florestas que lhe haviam sido devolvidas, apresenta hoje dificuldades e descontentamento por parte das pessoas – «O monte está livre mas é para as cabras, agora para a gente ir botar um pinheiro não está», «mesmo que tenhas lenha seca de pé tens de pedir autorização…». Os problemas de gestão florestal e ambiental que os baldios encerram hoje, aqui apenas simplificados, são o reflexo de todo um processo histórico, e a menor presença de pessoas, e menor dependência destas dos baldios, acabou por torná-los mais alheios às comunidades locais. A invasão e apropriação dos baldios pelo Estado foi um golpe para as comunidades, uma despossessão, mas na verdade não foi a única. Nas últimas décadas do século XX aprofundaram-se as alterações no meio rural e em particular na atividade agrária.
Vieram os anos da industrialização e modernização agrária, e com esta a despossessão dos saberes e práticas que asseguravam a relação e cultura de sustentabilidade com os territórios. Em paralelo as políticas agrárias europeias vieram definir os rumos ou os moldes do progresso e do rentável e competitivo. Também as políticas de desenvolvimento rural, que com os restos dos fundos europeus, tratavam contrariar, sem grande êxito, a tendência demográfica, às vezes contribuindo para a própria «desagrarização» em curso. Nas conversas com gentes da terra, é frequentemente apontado o fecho do posto do leite nos vários lugares das freguesias, e, por conseguinte, «acabarem as vacas», como uma das causas da emigração (mais tardia, a partir dos anos 90), e o sentir de que «a lavoura começou a não dar», com muito menor autonomia, «agora é comprar a semente, é o adubo, é o herbicida, é o trator…». Perdem-se os vínculos e mundos camponeses, íntima e metabolicamente ligados ao território, e passa-se a outros sujeitos às regras do capital num sistema agroalimentar globalizado.
Vínculos que resistem.
Longe de um retrato nostálgico, bucólico ou romantizado do passado, importa, contudo, olhar para os valores e lógicas subjacentes aos sistemas agrários tradicionais, e a cultura de sustentabilidade associada, que guiam o futuro nos territórios rurais, e em contexto das múltiplas crises. Apesar da realidade demográfica, das transformações e do «abandono», importa também ver que há pessoas que ficaram, outras que voltaram, e nos montes, na serra e no sopé dela, o pastoreio e as lavouras continuam. A modo de exemplo, os sistemas de partilha da água de rega em São Lourenço da Montaria, culturalmente enraizados, com uma forma própria de aproveitamento e de gestão coletiva da água de rega, estão (ainda) vivos, e em grande medida porque (ainda) se cultiva milho. E como o milho tem sede, muita nos meses de verão, importa reter, conduzir e distribuir a água, para que esta chegue a cada leira (desde a serra até à veiga). De São João a São João (de 24 de junho a 29 de agosto), as águas «entram em conta», e cada casa passa a ter os seus dias, e as suas horas ou partes do dia, segundo as águas sabidas e as águas que há que sortear. Para que tudo funcione bem, e antes da partilha, cada ano são feitos os trabalhos coletivos de limpeza e manutenção das presas e regos. Quem ainda cultiva milho, logo quem ainda tem animais (e estrume), é quem mantém vivo os fluxos destas águas e a organização social associada, sendo sistemas que ainda respondem às necessidades. Numa outra conversa dinamizada à volta dos mesmos, e sobretudo quando participam as pessoas «antigas», são novamente mencionadas as questões à volta do envelhecimento, abandono e falta de renovação geracional na atividade, transmitindo a dureza do que parece ser difícil de reverter, e ao mesmo tempo uma boa dose de realismo: «Pelo que estou a ver de movimento na nossa terra, a água vai fazer mais falta para apagar fogos do que para regar milho (…) eu já não posso, a idade não o permite, [e] os filhos não se dedicam a isso…».
No caso do pastoreio, há quem mantenha pequenos rebanhos de ovelhas, mantendo-os sobretudo nos campos, ora porque os seus pastores já são pessoas de mais idade, ora porque mudaram as dinâmicas à volta do lobo: «as ovelhas já não podem ir para o monte, o lobo agarra-as e uma pessoa nem vê…». São dois os únicos pastores que mantêm ainda na freguesia de São Lourenço os seus rebanhos de cabras, indo com elas ao monte, e dedicando-se por inteiro a esta atividade, ainda que não ausente de dificuldades. A presença do lobo é uma delas: «Eu podia ter um rebanho maior, eu ia igual com elas só que ia mais à minha vontade, não precisava de andar tão em cima delas, elas iam dar a volta delas, controlava-as (…) agora nós temos que andar na encosta com as cabras, e se há uma cabra que fica para trás ou uma que vai muito à frente, já está, acabou!», refere um dos pastores que alterna o cuidado do seu rebanho com o trabalho de pastoreio e vigilância de um rebanho maior de cabras no baldio de Riba d’Âncora (freguesia próxima, já no concelho de Caminha), onde o conselho diretivo apostou por um rebanho de “cabras sapadoras”. Sempre houve lobo na serra, mas «se houvesse mais rebanhos, tinha o lobo mais que comer».
Referem-se ainda durante as conversas empecilhos burocráticos associados à atividade, desde os atrasos ou não pagamento das indemnizações pela perda de animais aos entraves para o tipo de exploração e as suas características ou requisitos. São os subsídios da PAC os que acabam por determinar a dimensão/encabeçamento, e o próprio maneio, e são em última instância os que mantêm atualmente a atividade agrícola e pastoril nestes (e noutros) lugares. Também as reformas das pessoas de idade, que insistem por gosto em manter-se ativas, manter os seus campos, os seus animais, as suas couves-galegas.
No caso dos rebanhos de cabras, refere um dos pastores que consegue vender todos os cabritos, e por vezes os chivos e as cabras mais velhas, havendo procura, o que o alicia a continuar, apesar de tudo. Na sua opinião, e em jeito de desafio futuro: «agora o monte precisava era de gente, como eu, e como o filho daqueles senhores, com coragem de botar as cabras pró monte; o monte está aí, [agora] ninguém proíbe de levar o gado ao monte». Um desafio que retoma aqui o agrário (a agricultura e a pastorícia) como alento do rural e das possibilidades férteis dos comuns. Porque os desafios dos baldios são também os desafios dos territórios rurais, e passam necessariamente pelas questões agrárias. Passam por essa base, e eixo vertebrador, sobre o qual se articulam, ou se podem reativar, os vínculos com a terra.
Experiências de gestão de baldios
Em outubro de 2021, teve lugar em São Lourenço da Montaria uma conversa à volta da gestão comunitária de baldios, tratando de entender qual o ponto de situação de alguns baldios na região mais litoral do Alto Minho, entre Viana e a Galiza. Contou-se com a presença de representantes e compartes dos baldios de São Lourenço, de Freixieiro de Soutelo, de Afife, da ACEB (Associação para a Cooperação entre baldios de Viana do Castelo) e da Comunidade de Montes Veciñais en Man Comun (CMVMC) de Sta Mariña d’O Rosal. As principais problemáticas levantadas dizem respeito, nalguns casos, às limitações da co-gestão com o ICNF, ou aos poucos meios económicos, materiais e humanos para se poderem desenvolver mais ações, desde o combate de invasoras a novas plantações. A reduzida participação das pessoas compartes é um denominador comum, pela dificuldade dos trabalhos em si ou, e sobretudo, pelo reduzido interesse e vinculação aos baldios, mais além das poucas pessoas que dele dependem para a sua atividade de criação de gado. Outros apontam novas mudanças de gestão, aos poucos, cortando com as anteriores falcatruas ou abuso de poder nos órgãos diretivos. Já no caso da experiência da CMCMC d’O Rosal, com uma gestão ativa e participada, retrata-se que, com meios gerados nos próprios baldios, é possível não só «reordenar» o monte, como proporcionar uma multifuncionalidade em benefício de todos/as. E isso exige uma visão coletiva e comprometida com o baldio, e que esteja presente a comunidade.
O relato completo da conversa pode ser lido em https://estrumealeira.wordpress.com/2022/10/09/agora-quem-e-que-ainda-vai-ao-monte/. As conversas dinamizadas são uma iniciativa de ‘Estrume à leira’ em parceria com o grupo ‘Reflorestar Serra de Arga’ e a Associação Desportiva e Cultural Montariense.
Texto, fotografias e collage de Aurora Santos [estrumealeira.wordpress.com]
Imagens do collage retiradas de Arte e cultura da Galiza e Norte de Portugal. Etnografia. Marina Editores.
Legenda da fotografia [em destaque]: “Pastoreio de cabras no monte. São Lourenço da Montaria.”.
Artigo publicado no JornalMapa, edição #36, Dezembro 2022|Fevereiro 2023.
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