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Lendo: St. Louis ainda longe da paz

St. Louis ainda longe da paz

St. Louis ainda longe da paz


stluis_violenciapolicialDois meses após a morte de Michael Brown em Ferguson, a polícia de St. Louis volta a matar um adolescente negro desarmado.

 

Vonderrit Myers Jr, de 18 anos, foi morto após o disparo de 16 tiros por um agente, Sam Dotson, que trabalhava paralelamente como segurança privado (embora estivesse uniformizado), na passada quarta-feira, 8 de Outubro, em Shaw, St. Louis, próximo de Ferguson. Segundo um comunicado da polícia, o agente estaria a fazer uma “rusga pedonal”. Embora o agente afirme que Myers estava armado, várias testemunhas confirmam que o jovem apenas tinha uma sandes na mão. As ruas foram imediatamente tomadas por protestos, tendo a polícia cortado algumas estradas.

Segundo Jackie Williams, tio de Myers, o jovem estaria a regressar de uma loja após comprar uma sandes quando foi abordado por um segurança que o atingiu com um taser. “Não sei como é que isto aconteceu mas eles alvejaram-no 16 vezes. É pura e simplesmente assassinato”, afirma Jackie Williams. Outra testemunha, Lavel Boyd, declarou ao St. Louis Post-Dispatch ter ouvido vários disparos e, quando parou perto do local, viu o agente por cima de Myers, apontando a arma a quem passasse dizendo para se afastarem.

Embora seja um caso recente, as semelhanças com o caso de Michael Brown (e tantos outros casos) já se vão acumulando. Tal como aconteceu com Brown, a polícia iniciou imediatamente uma campanha de difamação contra Myers, afirmando que o jovem “não era desconhecido da polícia” e que estava armado, contrariando várias testemunhas no local. Recorde-se que após a morte de Michael Brown, o jovem foi falsamente acusado (num trabalho conjunto entre polícia e média) de ter agredido o agente, assaltado uma loja e, em geral, de “não ser nenhum anjo” (New York Times).

E tal como Darren Wilson, o agente Sam Dotson foi imediatamente afastado do seu emprego, continuando a receber salário. Embora este afastamento seja na prática umas férias pagas, foi criada uma conta de apoio a Darren Wilson na plataforma de crowdfunding GoFundMe que já recolheu cerca de 433.000$. A GoFundMe foi alvo de várias críticas por se recusar a cancelar a conta, lucrando assim 21.650$ (5%) com o assassinato de um jovem negro.

Simultaneamente, as autoridades do Missouri, juntamente com o FBI, estão a preparar um plano de contingência para possíveis protestos, caso Darren Wilson não seja acusado pela morte de Michael Brown, conforme noticiado pela Reuters. Desde 20 de Agosto que um júri está a decidir se o agente será ou não acusado, sendo esperada uma decisão no próximo mês. Embora mais calmos, continuam os protestos em Ferguson, exigindo justiça para Michael Brown e para todas as vítimas do racismo policial.

J.P. Araújo

 

 

 


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Jornal Mapa

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